quinta-feira, dezembro 01, 2011

Vazio

E, agora, o silêncio!

Antes havia a tosse, quase que crônica!

Havia a sandália que se arrastava no chão!

Sem falar das palavras que, sem qualquer cerimônia, eram pronunciadas a todo qualquer ouvido próximo!

E, agora, o vazio!

Antes havia ela, quase que rotineira, organizada!

Havia a soma de impaciência e teimosia!

Era o elo, o motivo da organização geral!

E, agora, o vazio!

Antes havia ela, religiosa e de boca suja!

Cheia de histórias pra contar, aventureira!

Havia a guerreira, a braba!

E, agora, o vazio!

A casa de telhado aparente e cheia de cupins nunca mais será a mesma, nem que todo o mundo fosse motivado a se mobilizar em tal direção!

O vazio, agora, é uma constante!

Antes de dormir e ao acordar e durante o sono, até a luz do banheiro trará de volta aquele aperto ao coração!

E esse maldito vazio, que martela, não vai sair daqui, nem de mim, nem de nós!

Pois n’outro lugar está, agora, ela, rotineira, organizada, impaciente, teimosa, religiosa, de boca suja, aventureira, guerreira, braba(...)!

Num jardim ou tirando fotos no céu, onde ela está eu não sei, mas boa parte dela trago aqui dentro, formigando e arrancando arrepios e lágrimas de uma saudade de filho criado por vó!

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